Depois de três dias intensos em Chengdu, cidade que adicionámos aos favoritos da viagem, fomos apanhar o comboio para Guilin, o trecho mais longo que faríamos de comboio-bala na China, com a duração exata de seis horas e meia. Saímos de manhã, despedimo-nos das simpáticas, profissionais e sempre mais que disponíveis funcionárias do hotel que sorriam sempre que as abordávamos com as questões do costume turístico. O táxi, de porta-bagagem aberto, esperava-nos um pouco à frente da entrada. Uma das funcionárias do hotel não hesitou num daqueles atos de simpatia que ficam para sempre atravessados na China. Saltou detrás do balcão e veio ajudar-nos com as malas, soltando risinhos de apoio e coragem. Sabia que íamos para uma estação de comboios, estação de Chengdu Dong, onde a multidão em trânsito deixa sozinho e mudo o passageiro, apressado, nervoso, com medo de perder o lugar. Sabia que íamos a caminho de Guilin, na região sul. Lá íamos nós no caminho da parte mais cénica da nossa viagem, da China e provavelmente do mundo. Fechou o porta-bagagens, dirigiu-se ao taxista e disse-lhe Chengdu Dong. Esperou que entrássemos no carro. Quando fechei a porta consegui ainda vê-la a sorrir pelo retrovisor.
Adeus Chengdu, quando um dia voltarmos saberemos onde ir.