Para além da dimensão, é o olhar, o sorriso deste colossal Buda, o Grande Buda de Leshan.
Encontramo-lo a hora e meia de comboio de Chengdu, nos arredores da cidade de Leshan. Com mais de dez séculos, património mundial da Unesco, é uma visita surpreendente por nada nos preparar para o que vamos ver. Subimos o monte Emei e sabemos pelos guias, histórias e blogues que vamos ver um buda gigante. Demora a subida, o seu avistamento não é imediato, temos que nos esforçar para chegar ao topo. Depois, quando de repente avistamos o seu rosto, minguamos.
Somos mais pequenos que o dedo mindinho do seu pé, caberíamos inteiros no seu ouvido e só o olhamos frente-a-frente porque estamos no cimo de um penhasco vertiginoso sobre as águas do rio Mín. Somos mínimos e da perplexidade que sentimos numa primeira visita é-nos impossível sorrir como sorri a maior estátua de Buda do mundo. Com mais de 70 metros de altura a vertigem acerta.
Sentado, com o olhar fixo no horizonte, é impassível aos milhares de visitantes liliputianos que o olham deslumbrados. Somos mínimos e varridos num instante pelo tempo. Só um gigante assim , firmemente sentado e com o seu sorriso imutável, perdura pela eternidade.
Somos mínimos e não é por sermos muitos que muda alguma coisa. Voamos com o vento.