À noite, ao apagar a luz, conto esta pequena história ao Duarte que me pede para repetir vezes sem fim. O imperador da China, quando ficou muito velho e chegou a hora de morrer quis que o seu império se mantivesse pela eternidade e conquistasse todo o mundo. Com esta ideia em mente, mandou construir mais de mil soldados em barro para serem colocados consigo debaixo da terra quando morresse. E mais de mil soldados foram construídos, todos diferentes uns dos outros, como também os cavalos e as carruagens.
É um exército completo, em que cada soldado tem um rosto único, individual. E é este pormenor que perturba. Não estamos perante um exército de estátuas clonadas, estamos perante indivíduos, cada um com a sua expressão, a sua identidade, a sua assinatura. E é este gigantesco pormenor que faz com que os Guerreiros de Terracota estejam vivos e transcendam a sua condição de barro. Afinando a sensibilidade ouvimo-los a respirar das profundezas da história.
E o sonho do rei de conquistar o mundo foi cumprido. Dois mil anos depois, o exército levantou-se da poeira do tempo e tem o mundo aos seus pés.
É difícil dormir com esta história.
Obrigado, Hugo, por partilhares connosco a pequena mas linda historia que o Duarte pede para contares vezes sem conta. Continuação de boa viagem.
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Obrigado, Luís. Um abraço.
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