A meia distância entre Pequim e Xi’an encontra-se uma pérola da China, a cidade de Pingyáo na província de Shanxi. É uma paragem obrigatória que responde a todas as expetativas do visitante que procura viajar no tempo. Pingyáo está exemplarmente bem conservada, com as muralhas da cidade intactas a rodear as cerca de 4000 casas das dinastias Ming e Qing e que inacreditavelmente mantêm ainda a arquitetura original. Felizmente, Pingyao ficou esquecida e escapou aos planos de reestruturação urbana da política comunista chinesa.
Pingyáo é doce, quente, hospitaleira, com muita vida dos habitantes locais e também turistas, maioritariamente chineses. O interior das casas e alojamentos é a China com que sonhamos e vemos nos filmes e em postais. As lanternas chinesas, a mobília de madeira nobre minuciosamente trabalhada ao estilo chinês, as camas muito largas com mesinhas de laca para a cerimónia do chá, as ruas sem carros, só bicicletas, pequenas motorizadas e outros veículos individuais de transporte elétrico, muita comida de rua, e o orgulho dos habitantes locais por deterem no mapa da enorme China uma pérola, uma cápsula do tempo, a impressão digital da China.
Chegámos a Pingyáo de comboio, vindos de Pequim, e como nos soube bem este abrandar de velocidade, a ausência de metro e dos milhões que descem e sobem as escadas rolantes para aceder às plataformas. A cidade fica numa extensa planície onde sopra um vento de estepe, nesta altura do ano quente e abafado, que faz rolar tufos de ervas secas no horizonte que por vezes se atravessam nas largas estradas e fazem uma nota aos filmes do deserto ou do Oeste cowboiano. A saída da estação confere que estamos na província. Não há prédios. Depois a cidade antiga e a ficção torna-se realidade.
É uma cidade antiga magnífica, cinematográfica, rica. Onde na história, os mercadores da dinastia Qing criaram os primeiros cheques e estruturas bancárias do império para assegurarem o comércio da prata.
Foram dois dias deliciosos em que estivemos alojados na Harmony Guesthouse como se fosse há muitos séculos e onde o Mr. Deng e a mulher nos trataram sem falsas cerimónias. Subimos às muralhas, onde esticámos o olhar por cima dos tetos e ruas da cidade, perdemo-nos pelos restaurantes, museus, edifícios e templos de Nan Dajie.
Por fim deixámos Pingyáo com aquele receio do viajante. De que não vai voltar a encontrar um lugar tão especial no curso da viagem.
Deliciada a ler as tuas histórias, e realmente é um dos sítios para ir. Obrigada pela partilha beijinhos rita
GostarGostar
Beijinhos
GostarGostar
Encantada, nesta tarde de domingo, a ler as vossas histórias!!
Já viajei muito, mas aqui nunca estive!!!!!!
Bjs
GostarGostar
Obrigado. Bjs
GostarGostar