Uma viagem é sempre mais que a deslocação de um ponto a outro. A essa deslocação chamamos transporte ou ocorrência e pode ou não ser feliz, de acordo com o horário e o contexto. A viagem é a relação das impressões interiores com essa deslocação, relação que cria um estado de espírito singular e que é reconhecido e estimado pelos viajantes, os seres humanos que trabalham nesta particular relação.
Não é por irmos longe que viajamos. Nem viajar tem diretamente a ver com o tempo investido. Viajar é quando diminuimos a distância entre nós e o percurso efetuado, de tal modo que corremos o risco de encontrar o mais genuíno lugar no mundo para habitar: nós mesmos.
É curioso que muitos de nós temos medo de correr esse risco, de mergulhar ao encontro de quem somos e assim concretizamos percursos físicos na esperança de algum alivio emocional ou sabedoria de cariz intelectual, dogmatizando o paradoxo de que a viagem mais longínqua que um Ser Humano pode realizar é a descoberta de si mesmo…
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